A tecnologia é uma grande aliada no desenvolvimento social, pois amplia o repertório científico e cultural. Para isso, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), promove a atuação da ciência, inovação e tecnologia social no estado, envolvendo jovens de diversas idades em programas realizados pelo Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) e pelo The Human Project (THP).
Esses projetos visam promover tecnologias que contribuam para o desenvolvimento do estado, sendo implementados através de recursos do Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funtec), administrados pela Sedetec. O SergipeTec possui um contrato no valor de R$ 17.949.186,52, válido até março de 2027, voltado para atuação nas áreas de tecnologia da informação e comunicação, energia, meio ambiente e biotecnologia, estímulo ao empreendedorismo e criação de ecossistemas de inovação, entre outros, oferecendo serviços ao poder público nesses segmentos.
Já o recurso disponibilizado para o The Human Project é no valor de R$ 2.993.935,20, válido até fevereiro de 2026, que busca desenvolver e replicar tecnologias sociais. A iniciativa abrange áreas de educação, saúde básica e empreendedorismo, qualificando e dando suporte a políticas públicas estaduais.
“Nossa missão é investir na capacitação desses jovens em tecnologia e inovação, de modo que, no futuro, esses projetos sejam catalisadores de desenvolvimento econômico e social para o Sergipe”, destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa.
SergipeTec
Os projetos promovidos pelo SergipeTec e pelo THP buscam fortalecer a qualidade da educação e da cultura científica entre jovens sergipanos – em sua maioria, oriundos do ensino público. Pensando nisso, em março deste ano foi lançada a 2ª edição do Programa Inovar-SE, parceria do SergipeTec com o Banco do Estado de Sergipe (Banese) e a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem). O projeto incentiva startups e beneficia 80 estudantes de escolas públicas com cursos de formação básica na área de Tecnologia da Informação (TI), além de disponibilizar uma ajuda de custo de R$300,00 aos participantes.
Outra iniciativa conduzida pelo Parque Tecnológico é a Fábrica de Software. O projeto, operacionalizado pelo Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do SergipeTec, é uma das atividades que tem despertado o interesse de jovens com o propósito de desenvolver e aprimorar sistemas e programas. São contemplados nessa iniciativa alunos que passaram pelo Inovar-SE, com aptidão para programação e que desejam construir um futuro na área de inovação e tecnologia, aspirando ao mercado de trabalho.
A aluna Ana Beatriz dos Santos Lima, de 17 anos, faz parte do projeto Fábrica de Software e disse que desde os primeiros passos na área de entretenimento digital, sempre buscou se envolver em projetos com oportunidades de crescimento pessoal e profissional. “Na fábrica de software, encontrei um ambiente dinâmico, repleto de desafios estimulantes e de colegas inspiradores que compartilham a mesma paixão pela excelência e pelo impacto positivo que a tecnologia pode trazer”, pontuou.
O presidente do Sergipe Parque Tecnológico, José Augusto Carvalho, comenta que há ainda outros projetos posteriores ao Inovar-SE. “Todos eles proporcionam grandes benefícios aos estudantes da rede pública de ensino, graças às parcerias que estabelecemos. Estamos trabalhando para formar futuros empreendedores capazes de explorar o mercado de trabalho no Brasil e no mundo”, destacou
Além dos projetos direcionados a jovens em idade escolar, o SergipeTec também oferece programas de capacitação profissional, como o laboratório de Energia Solar. O laboratório está instalado no Núcleo de Energias Renováveis e Eficiência Energética de Sergipe (Nerees) e é estruturado para o desenvolvimento de pesquisas. Com o objetivo de formar mão-de-obra especializada no setor de energia solar para Sergipe, o espaço conta com bancadas didáticas para práticas no curso de instalador solar fotovoltaico.
The Human Project
Parceira da Sedetec há mais de dez anos, o trabalho do THP é estruturado por um conjunto de tecnologias sociais voltado para as áreas de educação empreendedora, ilustração, tecnologia da informação, audiovisual, literatura, ensino de inglês e turismo. Os projetos desenvolvidos em Santa Luzia do Itanhy já beneficiaram dez estados brasileiros.
Com o objetivo de promover a formação no segmento do empreendedorismo e o fomento aos negócios criativos no município, foi construído um Centro Vocacional Tecnológico (CVT), localizado no povoado Crasto, em Santa Luzia, por meio de um convênio entre a Sedetec e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O espaço visa atender às expectativas de desenvolvimento econômico e social do município e da região, através do ensino da ciência, tecnologia e da promoção de um ambiente favorável à inovação.
Vitor Cruz, de 22 anos, é morador de comunidade ribeirinha e ex-aluno do projeto LuCA, uma tecnologia social da área de educação empreendedora desenvolvido pelo THP com enfoque em linguagem audiovisual. Para ele, o projeto ofereceu uma nova forma criativa e sustentável de se desenvolver através do mangue. Inspirado pela sua experiência no THP, Vitor fundou sua própria empresa, chamada ‘PhotoRaizes’. “Hoje, eu tiro meu sustento através dos mais belos detalhes da região: dos aratus, das ostras, dos caranguejos, das gaiteiras, entre outros, com a ajuda da minha câmera. Minha maior alegria é poder mostrar que a sustentabilidade ambiental é real, é levar minha arte, cultura e o meio em que vivo como inspiração para mais pessoas”, comentou.
Ao longo do período de parceria com a Sedetec, o modelo de desenvolvimento humano aplicado no município ganhou notoriedade. Em 2013, o THP foi vencedor do Prêmio Finep de Inovação como melhor Instituição de Ciência e Tecnologia do Nordeste e do Prêmio Fundação Banco do Brasil (FBB) de Tecnologias Sociais com o Hb, uma tecnologia de diagnóstico e combate à anemia ferropriva nas escolas. As tecnologias sociais Arte Naturalista e Synapse foram certificadas pela FBB. Em 2019, a tecnologia social CLOC foi finalista do Prêmio FBB, e em 2020, o THP foi um dos 4 finalistas do Prêmio UBS Visionaris.
O diretor presidente do The Human Project, Rodrigo de Maio, comenta sobre a importância da construção das tecnologias sociais para os beneficiários, a comunidade e o Estado: “o objetivo do THP é despertar o papel criativo e transformador das pessoas para que elas façam a diferença na sua comunidade, no Brasil e no mundo. Ao longo dos últimos 15 anos, temos feito isso por meio de construções colaborativas entre o The Human Project e a comunidade de Santa Luzia do Itanhy. Os resultados já são perceptíveis, sendo o protagonismo dos jovens envolvidos nos projetos um excelente indicador de sucesso dessas iniciativas”.